Pessoal,
voltando um pouco no passado, logo após as eleições presidenciais,
quando reelegemos nossa presidente para mais 4 anos de mandato,
percebi a real divisão que existe em nosso país. Uma divisão
mórbida, diga-se de passagem, moldada pelo egoísmo e pelo
preconceito. A população do Norte e Nordeste brasileiro, que foi a
grande responsável pela reeleição de Dilma Roussef (claro que MG e
RJ contribuíram bastante), sofreu um verdadeiro “bulling”, por
parte do Sul, Sudeste e Centro Oeste. Foram duramente criticados e em
certos aspectos humilhados em redes sociais, como foi bastante
divulgado pela mídia.
Quero,
antes de mais nada dizer que Dilma nunca teve meu apoio, nem minha
simpatia, assim como também nenhum outro candidato. O Brasil hoje em
termos de políticos não tem muito boa coisa pra oferecer. Mas uma
coisa é certa: nos últimos anos, mesmo com as falhas de gestão, de
planejamento e os escândalos de corrupção, as populações pobres
do Brasil, puderam, não em sua totalidade, mas em uma boa parte, ter
acesso a mais alimentação, mais moradia, mas condições de
aquisição. Infelizmente saúde, segurança pública e educação
ainda ficam um pouco a desejar. Esse é o motivo pelo qual o Norte e
o Nordeste, regiões notórias por sua condição de pobreza, votaram
pela permanência do governo atual.
Obviamente,
temos uma outra parcela da sociedade, que é um pouco mais
favorecida, ou seja, não passa tantas dificuldades quanto essas
outras populações já citadas, que pretende, e é um direito seu,
progredir e melhorar de vida. Ter sucesso profissional, financeiro.
Crescer em diversos aspectos. É um sentimento legítimo, sem dúvida!
E o que proporcionaria isso, seria exatamente a mudança de governo.
Até aí, sem problemas. Apenas divergências políticas. Porém,
frente a derrota da oposição nas urnas, a reação dessa parcela da
sociedade é que desqualificou sua postura.
Ver
nas redes sociais as piadas infames e as críticas a miséria e
pobreza das classes menos favorecidas, foi realmente merecedor de
minha mais profunda indignação. Já não é correto julgar os
outros por conta de sua opinião divergente, quanto mais por conta de
sua condição totalmente desfavorável. Podemos dizer que em relação
a algumas populações de determinadas regiões do Brasil, somos
verdadeiros milionários!
É
óbvio que nesse caso, quando se apresenta uma proposta de
contribuição para incremento nos ganhos mensais, alimentação e
moradia, de pessoas que muito mal conseguem uma única refeição
digna por dia, essas pessoas serão fiéis a legenda que proporciona
tais adequações. É muito óbvio, claro, que vemos sim um
cristalino interesse eleitoreiro nessas políticas. Não nos
enganemos pensando que há uma dose magnífica de benevolência,
porque não há.
Mas
pergunto: o que outros governos fizeram então de sólido, de
realmente estável para pelo menos reduzir essa condição tão
adversa de nossas classes mais necessitadas? Eu posso responder:
NADA! E é exatamente isso que proporciona ao governo atual, a
condição de se agarrar nessas políticas populistas e eleitoreiras,
para se garantir mais e mais tempo no poder.
Vemos
muitas pessoas darem depoimentos que esses benefícios na verdade
acabam gerando uma “pouca vontade” de trabalhar, de buscar um
esforço para conseguir o sustento, porque tudo já vem pronto, na
mão, basta atender aos requisitos apresentados. E eu digo que
concordo. Porém mais uma vez reforço dizendo que a culpa é a
inoperância de todos os governos que já tivemos. O governo atual
proporciona os benefícios sem as devidas avaliações, o que acaba
beneficiando tanto quem realmente precisa, quanto aqueles que querem
viver a sombra de doações, como se diz popularmente “na
molezinha”. E se isso ganha eleição, melhor ainda!
Agora,
o que não se pode é deixar de enxergar que uma boa parte dos
beneficiados realmente necessita desses programas. Boa parte dessas
pessoas se esforça muito e muito, dentro de toda a adversidade que a
vida lhes proporciona, sem oportunidades, para muito mal conseguirem
ou um almoço ou uma janta. E nós não podemos fazer um julgamento
tão leviano e generalista, pra não dizer preconceituoso, dizendo
que essas populações pobres do Norte e Nordeste do país é que
vivem entregando o Brasil nas mãos do governo que nos afunda na
corrupção e na decadência econômica. É simples: outros governos
simplesmente focaram no desenvolvimento sócio – econômico
partindo da classe média e empresarial. Necessário, claro. Mas
também com muita corrupção e bandalheira. E a população
miserável e faminta? Foi ficando para trás e perdendo a
credibilidade na classe política.
Pessoal,
como conclusão, digo que cada governo tem o direito e dever, de
proporcionar o desenvolvimento de um país e todas as suas classes,
porém com as devidas priorizações. Se temos pessoas que não
comem, que é o mínimo, temos que partir daí. Me atrevo a dizer o
seguinte: apesar de não flertar com o governo atual, principalmente
pela figura de nossa presidente, prefiro ficar mais 4 a 8 anos
estagnado na mesma condição em que me encontro, se isso for
necessário para que TODOS no Brasil possam pelo menos conseguir ter
3 refeições diárias. Se isso for eleitoreiro ou populista, para
mim não importa. Vejo como humanitário primeiramente. Abro mão de
qualquer crescimento financeiro ou profissional, se necessário for,
para que isso se concretize. Mas permaneço na esperança, e que não
seja vã, que um dia, tenhamos um governo não perfeito, mas que faça
minimamente a coisa certa. Que priorize suas ações, levando em
conta as necessidades de cada classe social, garantindo assim um
crescimento sustentável, evitando a mentira e se apoiando na
verdade, pois a verdade prevalece!
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