domingo, 3 de maio de 2015

EGOÍSMO – UM MAL DA SOCIEDADE


Pessoal, voltando um pouco no passado, logo após as eleições presidenciais, quando reelegemos nossa presidente para mais 4 anos de mandato, percebi a real divisão que existe em nosso país. Uma divisão mórbida, diga-se de passagem, moldada pelo egoísmo e pelo preconceito. A população do Norte e Nordeste brasileiro, que foi a grande responsável pela reeleição de Dilma Roussef (claro que MG e RJ contribuíram bastante), sofreu um verdadeiro “bulling”, por parte do Sul, Sudeste e Centro Oeste. Foram duramente criticados e em certos aspectos humilhados em redes sociais, como foi bastante divulgado pela mídia.
Quero, antes de mais nada dizer que Dilma nunca teve meu apoio, nem minha simpatia, assim como também nenhum outro candidato. O Brasil hoje em termos de políticos não tem muito boa coisa pra oferecer. Mas uma coisa é certa: nos últimos anos, mesmo com as falhas de gestão, de planejamento e os escândalos de corrupção, as populações pobres do Brasil, puderam, não em sua totalidade, mas em uma boa parte, ter acesso a mais alimentação, mais moradia, mas condições de aquisição. Infelizmente saúde, segurança pública e educação ainda ficam um pouco a desejar. Esse é o motivo pelo qual o Norte e o Nordeste, regiões notórias por sua condição de pobreza, votaram pela permanência do governo atual.
Obviamente, temos uma outra parcela da sociedade, que é um pouco mais favorecida, ou seja, não passa tantas dificuldades quanto essas outras populações já citadas, que pretende, e é um direito seu, progredir e melhorar de vida. Ter sucesso profissional, financeiro. Crescer em diversos aspectos. É um sentimento legítimo, sem dúvida! E o que proporcionaria isso, seria exatamente a mudança de governo. Até aí, sem problemas. Apenas divergências políticas. Porém, frente a derrota da oposição nas urnas, a reação dessa parcela da sociedade é que desqualificou sua postura.
Ver nas redes sociais as piadas infames e as críticas a miséria e pobreza das classes menos favorecidas, foi realmente merecedor de minha mais profunda indignação. Já não é correto julgar os outros por conta de sua opinião divergente, quanto mais por conta de sua condição totalmente desfavorável. Podemos dizer que em relação a algumas populações de determinadas regiões do Brasil, somos verdadeiros milionários!
É óbvio que nesse caso, quando se apresenta uma proposta de contribuição para incremento nos ganhos mensais, alimentação e moradia, de pessoas que muito mal conseguem uma única refeição digna por dia, essas pessoas serão fiéis a legenda que proporciona tais adequações. É muito óbvio, claro, que vemos sim um cristalino interesse eleitoreiro nessas políticas. Não nos enganemos pensando que há uma dose magnífica de benevolência, porque não há.
Mas pergunto: o que outros governos fizeram então de sólido, de realmente estável para pelo menos reduzir essa condição tão adversa de nossas classes mais necessitadas? Eu posso responder: NADA! E é exatamente isso que proporciona ao governo atual, a condição de se agarrar nessas políticas populistas e eleitoreiras, para se garantir mais e mais tempo no poder.
Vemos muitas pessoas darem depoimentos que esses benefícios na verdade acabam gerando uma “pouca vontade” de trabalhar, de buscar um esforço para conseguir o sustento, porque tudo já vem pronto, na mão, basta atender aos requisitos apresentados. E eu digo que concordo. Porém mais uma vez reforço dizendo que a culpa é a inoperância de todos os governos que já tivemos. O governo atual proporciona os benefícios sem as devidas avaliações, o que acaba beneficiando tanto quem realmente precisa, quanto aqueles que querem viver a sombra de doações, como se diz popularmente “na molezinha”. E se isso ganha eleição, melhor ainda!
Agora, o que não se pode é deixar de enxergar que uma boa parte dos beneficiados realmente necessita desses programas. Boa parte dessas pessoas se esforça muito e muito, dentro de toda a adversidade que a vida lhes proporciona, sem oportunidades, para muito mal conseguirem ou um almoço ou uma janta. E nós não podemos fazer um julgamento tão leviano e generalista, pra não dizer preconceituoso, dizendo que essas populações pobres do Norte e Nordeste do país é que vivem entregando o Brasil nas mãos do governo que nos afunda na corrupção e na decadência econômica. É simples: outros governos simplesmente focaram no desenvolvimento sócio – econômico partindo da classe média e empresarial. Necessário, claro. Mas também com muita corrupção e bandalheira. E a população miserável e faminta? Foi ficando para trás e perdendo a credibilidade na classe política.
Pessoal, como conclusão, digo que cada governo tem o direito e dever, de proporcionar o desenvolvimento de um país e todas as suas classes, porém com as devidas priorizações. Se temos pessoas que não comem, que é o mínimo, temos que partir daí. Me atrevo a dizer o seguinte: apesar de não flertar com o governo atual, principalmente pela figura de nossa presidente, prefiro ficar mais 4 a 8 anos estagnado na mesma condição em que me encontro, se isso for necessário para que TODOS no Brasil possam pelo menos conseguir ter 3 refeições diárias. Se isso for eleitoreiro ou populista, para mim não importa. Vejo como humanitário primeiramente. Abro mão de qualquer crescimento financeiro ou profissional, se necessário for, para que isso se concretize. Mas permaneço na esperança, e que não seja vã, que um dia, tenhamos um governo não perfeito, mas que faça minimamente a coisa certa. Que priorize suas ações, levando em conta as necessidades de cada classe social, garantindo assim um crescimento sustentável, evitando a mentira e se apoiando na verdade, pois a verdade prevalece!

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