Um dia Raul Seixas cantou que a solução era alugar o Brasil. Hoje eu gostaria de propor uma outra solução. Quem sabe melhor, pois começaríamos do zero. Gostaria de propor a Operação Tanga.
O
que seria isso? Muito simples! Hoje, o Brasil, por conta de uma falha
terrível de planejamento do governo, pois bancou um populismo sem
uma base sólida, somada aos escândalos de corrupção em diversos
segmentos, e nisso podemos incluir sim setores e unidades federativas
com envolvimento direto da oposição, encontra-se no caminho de uma
séria recessão. Será com certeza um período turbulento, do qual
não tenho dúvida de que sairemos, mas que provavelmente em alguma
outra época mais uma vez teremos que encarar. Dessa forma, entendo
que precisamos dar um choque fatal no país. Um choque sócio
econômico que quebre o Brasil de vez. Que deixe a todos,
absolutamente todos, independentemente da condição financeira, na
mesma “lama”.
Obviamente
muitos irão me perguntar: “Carlos, você enlouqueceu? Está
drogado?”. Não, não estou. O que gostaria de ver era um recomeço.
Todos começando exatamente do zero, sem nada, sem posses, vivendo de
plantio, de caça e vestindo tangas! Como os índios! Precisamos
fazer no Brasil algo similar ao dilúvio bíblico, mas na sociedade
como um todo, na política, na economia.
Explicando
melhor, hoje temos um desnível muito grande na sociedade. Muitos têm
pouco e poucos têm muito. Mas muita gente competente, inteligente,
honesta e com profundo valor agregado em termos de caráter e
capacidade intelectual, não teve boas oportunidades, ou infelizmente
tomou decisões equivocadas ao longo de sua vida, que acabaram por
deixa-los para trás, na corrida pelo sucesso ou por melhores
condições de vida. Ora, isso é passível de acontecer a qualquer
um de nós. Somos todos humanos e falhos. Assim sendo, se houver um
cataclismo sócio - político - econômico no Brasil, ao ponto de leva-lo
a bancarrota, estaremos todos nós, absolutamente todos nós,
independente da classe social, devidamente igualados. Sem nada!
Zerados de tudo! Aí, amigos, colocando todos em uma mesma condição,
poderemos ter a chance de ver realmente quem tem competência para
vencer, para se destacar, para liderar e para mudar o Brasil no
futuro.
Costumo
comparar a uma bandeira amarela em uma corrida automobilística.
Muitas vezes, um piloto competente e com um carro competitivo, acaba
por cometer uma pequena falha na largada e fica para o fim da fila.
Se os pilotos e respectivos carros a sua frente forem de seu mesmo
nível , e as vezes nem tanto, mas dependendo das condições da
pista, a recuperação fica complicada. Mas com uma bandeira amarela,
todos voltam a estar próximos. E na relargada, aquele que errou,
pode acertar e conquistar várias posições por sua competência e
pela qualidade de seu carro. Pode enfim voltar a ter chances reais de
vencer a corrida. Alguns poderão dizer: “Ah, mas é injusto com os
pilotos que acertaram na largada!” Não concordo! Se os pilotos que
acertaram na largada forem realmente competentes e tiverem bons
carros, conseguirão sustentar suas posições e até conquistar a
vitória. Mas por outro lado, aquele piloto competente que cometeu
uma pequena falha, terá outra chance justa de se recuperar. Como
disse, quem de nós não erra? E por que não podemos ter uma nova
chance? Por que condenar ao fracasso alguém que simplesmente errou?
Um certo Jesus disse um dia “Aquele que não possuir pecado, que
atire a primeira pedra”.
Voltando
a Operação Tanga, é esse o contexto. Deixar todos na mesma
situação adversa, sem nada, pobres, miseráveis, para dar uma nova
chance aqueles que em algum momento erraram em suas vidas, que
tomaram decisões equivocadas, ou até mesmo por aqueles cujas
condições nunca foram favoráveis. Sei que em muitos casos, pessoas
surgiram do nada e deram a volta por cima. Mas vamos ser bem
sinceros. Esses casos são exceções. Na maioria das vezes, falta um
dos principais ingredientes: a oportunidade. Mesmo que a busca pela
mesma seja incansável, ás vezes ela não chega. Quantos Bill Gates
ou Steve Jobs não existem por aí no ostracismo? Quantos Faustões
ou Silvios Santos também não ficaram pelo caminho depois de
morrerem tentando um lugar ao sol? Quantas Xuxas, quantos Robertos
Justos? É meus amigos. Vencer na vida realmente não é fácil,
principalmente pra quem vem de muito, muito baixo.
Uma
outra realidade que podemos vivenciar, é o desespero de quem sempre
teve tudo e de repente perde tudo. Já ouvi falar de muitos
suicídios por conta disso. Pessoas que não aceitam uma queda no
padrão de vida e desistem de lutar. Preferem morrer a viver na
pobreza. Com isso pergunto: esses são realmente os fortes? Esses são
realmente os competentes, os mestres da estratégia? Eu tenho certeza
que, deixando um bilionário na mesma situação de um miserável, o
miserável é capaz de vencer facilmente o desafio, pois na maioria
dos casos, os que possuem fortuna, já as têm de berço. Já os
miseráveis não. Logo, um miserável sabe se virar na miséria,
óbvio. Mas e um ricaço? Que ambiente será esse para ele? Seria
algo que ele nunca viu ou vivenciou.
Com
a Operação Tanga, pessoal, com todos vivendo no mato ou em
cavernas, caçando e plantando para comer, se vestindo com peles de
animais ou penas e folhas de plantas (olha a tanga novamente, objeto
de nossa tese), todo mundo receberia uma grande bandeira amarela e
teríamos uma relargada muito justa. Uma segunda chance para muitos e
uma chance de recomeçar e consolidar sua competência para outros
tantos. E aí, como se diz popularmente, veríamos quem realmente tem
“garrafas pra vender”. A solução é afundar o Brasil!!!
Algo bem radical, mas deveria ocorrer em todo o planeta e não só no Brasil rsrs realmente seria interessante ver as pessoas que são contra as cotas e os projetos sociais equiparados aos que delas sobrevivem... Nessa eu sairia na frente, pois cultivo desde pequena rsrs e faz pouco tempo descobri de onde herdei essa paixão. Faz cinco anos conheci meus pais de sangue que moram no sertão da Bahia tombando terra a espera de chuva, cultivando através de sementes crioula, fazendo pães em fornos comunitários... Parabéns pelo texto leva a consideráveis reflexões.. e creio que se não forem feitos de forma urgente grandes e fortes projetos sociais, ainda que de outra forma a operação tanga poderá ocorrer... obrigado por me oferecer essa leitura!
ResponderExcluirEu que agradeço, Márcia! E seria maravilhoso se fosse realmente global!
ResponderExcluirMais que refundar. "A solução seria afundar o Brasil." Concordamos!
ResponderExcluirÉ meu amigo... acho que é o jeito... só assim pra recomeçar do zero e ver quem tem"garrafas pra vender"!
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