domingo, 13 de setembro de 2015

BRASIL - FUTURO CERTO DE INCERTEZAS TRÁGICAS


O Brasil ferve nos últimos dias. A crise política corre solta, cada vez mais forte, embasada pelo Movimento Pró Impeachment, recentemente criado pela oposição. A Lava Jato a mil, com importantes nomes investigados firmando acordos de delação premiada, informando que parte das propinas pagas eram destinadas ao PT e suas campanhas eleitorais. O orçamento apresentado para 2016 prevendo déficit de 30 BI e o governo insistindo na necessidade do aumento de impostos.
No meio dessa tempestade, o PMDB, que atualmente possui o controle das ações, por ter a presidência da Câmara e do Senado, além de um homem forte dentro do próprio governo,critica contundentemente o PT e exige cortes nos gastos públicos, até mesmo para negociar o pacote de ajuste fiscal e de aumento de impostos, aos quais são inicialmente contrários. Atualmente, mesmo Temer, até pouco tempo atrás coordenador de articulação política do governo, engrossa essa voz de crítica ao mesmo. Todos eles juntos, com a voz do PMDB e da oposição, gritam que o Brasil necessita de alguém que o unifique, que tenha força de recuperação e que com 7% de apoio popular, é impossível governar.
Até mesmo Lula começa a destilar críticas claras a Dilma. No mesmo momento em que o Brasil tinha seu grau de investimento rebaixado pela Standard & Poors, fato esse relativamente já aguardado pela classe política, Lula criticava o ajuste fiscal patrocinado por Dilma, dizendo que fazer isso é cortar salários e empregos, voltando a condição de miséria.Leia Mais:http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,infinita-capacidade-de-errar,1760163
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Porém, há de se fazer uma análise de postura de quem critica. Quem é contrário ao aumento de impostos, por conta de um governo que por puro populismo construiu um cenário focado nas dificuldades do povo, porém sem sustentabilidade e mal planejado, deixando o país nessa crise que nos remete a péssimas lembranças de décadas passadas, deveria no mínimo dar o exemplo de controle e contenção de despesas. Mas infelizmente não é isso que acontece:

Renan Calheiros autoriza a troca da frota de carros públicos, a um custo absurdo e desnecessário. Os modelos atuais estão sendo substituídos por modelos bem mais caros.

Michel Temer fez uma viagem desnecessária aos EUA, com uma comitiva de assessores e outros parlamentares, utilizando o avião presidencial. Viagem extremamente dispendiosa.

Eduardo Cunha baixou um decreto na câmara concedendo passagens aéreas internacionais na classe executiva para diversos membros da casa, incluindo ele mesmo. Recentemente, tal qual Michel Temer, Cunha foi para Nova Iorque na classe executiva com mais 7 deputados, em um compromisso também desnecessário e dispendioso. E tudo isso só nos último 3 meses, período em que essa disputa de valores entre governo e congresso está no ápice.

Lula, que sempre teve uma postura corporativista, intrínseca a todo sindicalista, começa a "roer" a corda do "companheirismo" junto a Dilma, a quem ele, principalmente, ajudou a colocar no governo e a se reeleger. Entendo que, num momento desse, o apoio não deveria ser negado. Claro que a concordância gratuita com os erros cometidos, por puro e simples corporativismo partidário, é um erro grave, mas também não concordo com ataques ferinos do principal nome da legenda, em um momento que na verdade deveria ser de apoio e auxílio na elaboração de estratégias para se sair da crise. Mas, vai saber se o governo dá ouvidos a Lula? Não temos como saber, até porque, o que é claro em nossa classe política? O que eles nos proporcionam de credibilidade com sua postura?

Dessa forma, temos críticos ferrenhos ao governo, uns que outrora deram apoio, mas agora se unem a oposição e outros, da própria oposição, ganhando mais e mais força. Mas o que vemos, e que não é nenhuma novidade, dada a eterna bandalheira da política brasileira, é a incoerência de posturas, pelo que vemos das lideranças do PMDB, que brigam contra o pacote de ajuste fiscal. Esses mesmos que também pedem cortes de gastos no governo para começar a negociar os ajustes fiscais, realizam desmandos custosos e farras de viagens desnecessárias e caras, sem o menor pudor.
Sem dúvida que, todo esse cenário que está sendo rapidamente construído, nos leva a crer que um temerário impeachment está realmente próximo. Mas, o receio é de que a mudança repentina, seja pior do que a sustentação do governo até o fim do mandato, deixando que a democracia se encarregue de arrumar as coisas. E o receio está nas alternativas atuais que temos, que são perigosamente prováveis em assumir o comando da nação, até mesmo na oposição.

Mas existe um medo maior nisso tudo: OS MILITARES. Esses são muito espertos e com certeza estão há muito tempo de olho em toda essa confusão de egos, interesses próprios e total desprezo pelo país. E pra piorar, Dilma, que se isola cada vez mais por conta de seu baixo carisma e péssimo estilo de liderança, provavelmente bancou uma atitude de elevado grau de periculosidade para nossa democracia. O Ministério da Defesa fez publicar no Diário Oficial da União, uma portaria tirando o poder dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica sobre o pessoal militar, para transferi-lo ao Ministro da Defesa Jaques Wagner, do PT. A publicação foi feita no DO, 3 dias antes do 7 de Setembro, data emblemática para os militares, com assinatura eletrônica do Comandante da Marinha, na condição então de Ministro interino, porém, PASMEM, o mesmo afirmou que nem foi consultado. Vejam só a temeridade!

Meus caros camaradas, vejam o caminho que estamos trilhando. Não tenho dúvidas que corremos sério risco de cair em um túnel do tempo, que nos levará ao período mais sombrio da história do Brasil: OS ANOS DE CHUMBO DA DITADURA MILITAR. E o pior, e sarcasticamente trágico, é que o caminho para essa tragédia, pode estar sendo indiretamente construído pelo governo que, em seus momentos iniciais, se apresentou a nós como a maior bandeira da jovem democracia brasileira.

Vamos aguardar, refletir, nos policiar e principalmente, orar a Deus pelo nosso futuro!

Grande abraço! 

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