segunda-feira, 16 de março de 2015

CIRCO BRASIL!



Semana passada, por iniciativa própria, Eduardo Cunha (PMDB), presidente da câmara dos deputados, prestou depoimento na CPI da PETROBRÁS. Durante o tempo em que falou, criticou duramente o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, chamando de piada o inquérito aberto contra os 47 políticos de sua lista, além de classificar o mesmo inquérito como escolha política.
Analisando bem, mais parecia uma campanha eleitoral do que propriamente um depoimento, pois se repararmos a fundo, Cunha em nada acrescentou com suas palavras ao objetivo teoricamente principal da CPI, que deveria ser apurar as responsabilidades por conta dos escândalos de corrupção na PETROBRÁS.
Na sequência, o que vimos aí sim que foi uma verdadeira piada. Oposição e situação tentando pegar carona nas declarações de Eduardo Cunha, defendendo-o e apoiando-o, mas não pela causa PRETROBRÁS. Na verdade, apenas por seus próprios interesses.
Eduardo Cunha estava vendendo seu "peixe" e de seu partido. Oposição querendo aproximar-se para ganhar força, pois afinal é o PMDB! E a situação tentando manter a força da base aliada para evitar maior fragilização do governo. E mais uma vez a PETROBRÁS em segundo plano.
Na última sexta feira, vimos manifestações pró governo, pró democracia e pró PETROBRÁS. A idéia era tentar abafar um pouco a crise, demonstrando que as medidas atuais para reequilibrar a economia, apesar de impopulares, eram oportunas e necessárias, e também para mostrar que esse sacrifício é válido, mantendo a confiança no governo. Felizmente tudo correu bem, os atos foram todos pacíficos e não tivemos maiores ocorrências.
Neste domingo, 15/03/2015, tivemos a manifestação da oposição. Em muito maior número, diga-se de passagem, verdadeira manifestação de massa. E era compreensível, pois realmente as coisas não vão bem e a população está evidentemente insatisfeita. Centenas de milhares de pessoas foram as ruas, em quase todos os estados, fazer valer seu direito legítimo de expressar seus sentimentos. E mais uma vez tudo correu de forma pacífica.
O balanço que podemos fazer é o seguinte:

1) Infelizmente existem pessoas que gritam abertamente a favor do retorno dos anos de chumbo do regime militar. Entendo que apesar de ser um direito legítimo o de se expressar, me obrigo a classificar como ignorância da história do Brasil, querer o retorno desse período negro e de mortes, fora a falta de liberdade e ausência de democracia. Vale lembrar que naquele tempo, uma manifestação dessa magnitude seria reprimida "na bala";

2) Vemos também manifestações pró impeachment de Dilma. Também acho uma temeridade, pois seus suplentes não são nem de longe as melhores alternativas para o país. E também não existem crimes comprovadamente associados a ela, o que legalmente, mesmo com essa manifestação de massa, não permite a abertura desse tipo de processo. Isso na verdade flerta com uma intenção de golpe de estado, o que não é boa idéia, já que seria como bater na porta do quartel e pedir para os tanques tomarem conta das ruas novamente.

Mas com tudo isso, a realidade é uma só. O que temos em nossa política é um enorme circo, onde situação e oposição, esquerda e direita, se dividem nas atrações, tendo como picadeiro o estado brasileiro. A única diferença, é que os palhaços não se apresentam nesse circo. Os palhaços estão na platéia. Na verdade os palhaços somos nós! Enganados, manipulados e desrespeitados, seja pela mídia, pelos políticos e até mesmo pela justiça. Lembrem-se que tem juiz que era referência na luta contra a bandalheira, mas acabou pilotando um porsche e tocando um piano, ambos de Eike Batista, ambos apreendidos por ordem desse mesmo juiz.
Será que o juiz Moro resiste? Até onde ele vai? Até onde ele aguenta?
E assim caminha o povo brasileiro. Ainda na esperança de se sentir respeitado e bem representado pela classe política.        

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