domingo, 22 de março de 2015

MANIFESTAÇÃO DEMOCRÁTICA SIM, GOLPE DE ESTADO NÃO!


No início dessa última semana, tivemos um noticiário internacional voltado para as manifestações de 15/03/2015, que demonstraram claramente a insatisfação de uma parcela da população brasileira com o governo Dilma e o PT (Partido dos Trabalhadores).
Se analisarmos com atenção o que foi colocado pela mídia internacional, podemos perceber que, ao contrário do movimento em si, os demais países entendem que o clamor das multidões parte de um princípio legítimo, porém objetivando um imediatismo equivocado. E isso fica claro quando vemos pessoas gritando e exibindo cartazes pelo retorno da ditadura, os chamados anos de chumbo, que mancharam de sangue e dor a história de nosso país por vinte anos.
O inglês"The Guardian" classificou os protestos como sendo de direita, motivados pelo declínio da economia e política brasileira, mais os terríveis escândalos de corrupção. Também compara as manifestações de 2015 com as de 2013, focando a grande diferença de perfil entre ambas. Enquanto 2013 tinha um apelo maior nas classes menos favorecidas e lamentavelmente marcado pela violência, em 2015 temos um grupo sócio-economicamente mais abastado, com grande apoio da mídia tendenciosa.
A revista Forbes classificou os eventos como "festival de ódio". Em resumo, entende que a causa da revolta não são os problemas econômicos, mas sim a política atrelada a corrupção. Ou seja, o que sempre existiu, em maior ou menor escala, em todos os governos, independente da tendência ideológica.
O americano "The New York Times" não acredita no "impeachment" e ainda classificou como positiva a postura de Dilma ao não confrontar os manifestantes. Segundo o mesmo jornal, Dilma se diferenciou democraticamente de outros governante latino-americanos, os quais por sua vez, vendo-se acuados pela voz da nação, apelaram para ataques e forças de segurança. Já Dilma optou por defender o direito de protestar dos brasileiros.
O italiano "La Repubblica" focou nos pedidos de intervenção militar e o argentino "Clarín" ressaltou o fato das solicitações de saída de Dilma, governo fortemente classificado como democrático, por ser do PT (Partido dos Trabalhadores), ocorrerem exatamente trinta anos após o Brasil ser redemocratizado.
Com isso, podemos ver que a opinião internacional parece ser mais coerente que a nossa própria. Quando vemos a elite nas ruas pedindo a saída de um governo democrático, eleito por voto direto, em prol do retorno de uma intervenção militar, não há como fugirmos da tendência golpista desses atos. Ainda mais quando nos deparamos com a mídia tendenciosa e manipuladora, fazendo uma cobertura do evento tal como se fosse uma copa do mundo ou olimpíada. Isso reforça ainda mais a incoerência do referido ato público e o inegável confronto de classes. As manifestações são legítimas em todos os aspectos, dentro de uma democracia. Todas as classes tem o direito de se manifestar. Ricos e pobres, mais ou menos favorecidos, são todos brasileiros e devem expor suas opiniões e lutar pelo que acreditam. O que não se pode é tentar fazer com que o direito de uns, se sobreponha ao de outros. A vitória deve ser de todos.
Diante desse cenário, vemos que a presidente Dilma tem uma árdua missão pela frente, que é restabelecer a credibilidade do governo perante a nação. Para isso, seus pacotes econômicos compensatórios as medidas populistas e mal planejadas do governo PT, que deterioraram nossa economia, devem surtir efeito a um prazo muito curto. Assim como também devem ser de curto prazo e de punição exemplar, as apurações de todos esses famigerados casos de corrupção. Que seu pacote anticorrupção também seja funcional e que não vejamos mais esses casos absurdos seguirem impunemente às nossas vistas.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário